O ir de trem até o “Nariz do diabo” é outro item imperdível de uma viagem à Cuenca.
O passeio parte do centro da cidade. Fomos em um tour quase privado, apenas um turista canadense com a gente no carro com o guia.
O trem parte da estação da cidade de Alausi, umas três horas de viagem desde Cuenca pela Carretera 35.
Essa estrada não tem 100 metros que seja de retas, é curva depois de curva e quando você acha que vai ter um respiro, vem outras dez curvas seguidas! Ou seja, seu estômago vai sofrer (tome cuidado com o que você come no café da manhã). Mas o visual é lindo.
Tem paisagem mais linda? |
O Nariz del Diablo é uma montanha com encostas muito íngremes, que foi um grande obstáculo para a construção da ferrovia andina no Equador. Para vencê-lo, foi construída uma pista em zigue-zague, numa encosta com queda de quase 500 metros. É considerado um belo exemplo de engenharia até os dias de hoje e uma das rotas de trem mais difíceis do mundo. Durante a construção muitos trabalhadores morreram devido a acidentes e a transmissão da malária.
A paisagem que se mostra pelas janelas é incrível, montanhas escarpadas, o vale estreito do Rio Chanchán, as rochas íngremes. O trecho em zigue-zague é o auge do passeio, pois há a troca da locomotiva para continuidade do percurso que vai da estação de Alausi até a estação de Sibambe.
No caminho há um aparada no mirante do nariz del diablo, de onde se pode tirar fotos da montanha e do trem e curtir a paisagem.
A estação final de Sibambe possui um restaurante e uma área de exposição da cultura local.
Aquela montanha, alí no fundo, é o nariz del diablo |
Ali assistimos uma apresentação de dança e música típicas andinas; com guia local visitamos o Complexo Histórico Nizag as instalações de uma casa típica, um museu, mostras de como é feita uma bebida típica, o Charuarmishqui, uma explicação sobre o nome nativo da montanha Cóndor Puñuma, que significa ninho do condor. nesse lugar também é possível comprar artesanato e o cd com as músicas apresentadas no show (claro que eu comprei, adoro música andina)
Após algumas horas, voltamos para a estação de Alausi.
Use roupas confortáveis, mas previna-se para um friozinho que pode aparecer, mesmo no verão.
Na volta para Cuenca, fizemos ainda uma parada num dos complexos arqueológicos mais importantes do Equador, chamado de Ingapirca, para mim, a parte mais legal do passeio, pois adoro a cultura Inca.
Nesse sítio, percebe-se a mescla das culturas Cañari (construtora original) e Inca que ocupou a região em torno do século XV (os Incas ocuparam pouco tempo os territórios equatorianos, mas deixaram marcas na paisagem e na cultura local).
Os cañaris eram o povo original desta região do Equador até a chegada dos Incas. Sua cultura é rica e influencia os povos locais até hoje.
Em Ingapirca é possível ver áreas cerimoniais, tumbas coletivas, áreas residenciais, silos para alimentação, áreas comuns e o ápice do passeio, principal templo inca no Equador, o Templo Elíptico ou Templo do Sol, onde é possível ver o requinte da arquitetura inca com as pedras perfeitamente encaixadas, comuns também em Macchu Picchu, é maravilhoso.
Templo do Sol |
Olha a perfeição desse muro de pedras!
Atravessando o complexo também há uma parte dos famosos Caminhos Incas, que se espalham por toda América do Sul Andina. Que cultura rica e maravilhosa foi a cultura Inca.
Para saber mais:
http://trenecuador.com/es/expediciones/nariz-del-diablo/
https://naturegalapagos.com/es/tren-ecuador/tren-nariz-del-diablo-ecuador