Hoje estamos em El Calafate, Patagônia Argentina, e resolvi postar sobre porque gostamos tanto de viajar.
Muita gente não gosta de viajar, por vários motivos, pode ser porque não gostam do transtorno de pegar um avião ou ônibus, porque não querem enfrentar trânsito, porque não querem arrumar e desarrumar malas, porque acham caro, porque tem medo de voar, não gostam de tumultos...
Mas
muitas vezes, me questionam: Por quê você gosta tanto de viajar? Por quê você
gasta tanto com viagem? Você viaja em todas as férias?
Viajar
não é luxo, é necessidade. Sou geógrafa, o Cláudio é físico, sempre gostamos de
estudar o planeta, as culturas, ter novas experiências... é uma forma de nos
mantermos vivos, de fazer parte do planeta.
Pra
quem ainda tem dúvidas se deveria ou não começar a se embrenhar pelas dores e delícias
do turismo, aqui vão alguns bons motivos:
Viajar é enfrentar seus medos...
Quando
estamos viajando passamos por situações onde, ou você enfrenta seus medos ou
você vai se frustrar e gastar dinheiro à toa. Eu, uma medrosa convicta (insetos
voadores, altura, lugares fechados, água...) sei bem o que é isso.
Em
Fernando de Noronha, eu que não nado e por isso morro de medo de água, quando me vi diante
daquele marzão azul, usei snorkel e colete salva-vidas e fui, acompanhada pelo
guia, fazer flutuação. Foi incrível! Agradeci aos montes ao guia que me
incentivou, porque se eu não tivesse enfrentado esse medo, não teria visto as
arraias e tartarugas e tudo o mais que aquele lugar oferece.
Quando
visitei o Parque Estadual Intervales, enfrentei dois medinhos: lugares fechados
e altura. O parque é formado por cavernas onde passamos por horas a fio
caminhando à luz de lanternas e se deliciando com todas aquelas formações incríveis.
É claustrofóbico, principalmente quando apagamos todas as luzes, o escuro é
quase sufocante, mas vale pena, você não conhece o verdadeiro escuro, até fazer um blackout numa caverna. No final de uma dessas cavernas, depois de
caminhar mais ou menos uma hora e meia, a única saída era por uma fenda no alto
de uma cachoeira, ou seja, tínhamos que subir pela vertente da cachoeira! Tive
vontade de chorar, de voltar para trás, mas fui em frente e no final, apesar do pavor,
estava feliz.
Nunca
tive coragem de andar em montanhas russas nos parques aqui do Brasil, mas, nos
parques da Disney, iria perder grande parte da diversão se não encarasse os
loopings e voltas e quedas: enfrentei e me diverti.
Sempre
que vamos pra alguma trilha no mato (aconteceu no Intervales, no Petar, em
Manaus...) damos de cara com algum bichinho voador assustador, você grita,
pula, sai correndo, xinga todo mundo, mas fazer o que, faz parte da aventura.
Tenho
pavor de altura, mas quando for para Paris, terei que subir na Torre Eiffel é ou
não é?
Viajar é enfrentar suas
manias e suas neuras...
Quando
estamos viajando sempre temos que encarar alguma situação de desconforto que, caso
estivéssemos em casa, não enfrentaríamos jamais.
Eu
não gosto de poeira, é algo que me incomoda, não sou neurótica por limpeza, mas
evito acumular pó. No Deserto do Atacama, tudo era uma poeira só, os móveis, a
roupa, o cabelo, com o vento, a poeira entrava até nos ouvidos; lá o frio
também era intenso então, nada de ficar trocando de roupas, usávamos a mesma
blusa empoeirada vários dias. Paciência, o lugar era lindo então tá, vamos
ficar na poeira. Minha bota deve ter poeira até hoje!
Viajar é experimentar
novos sabores...
Todo
mundo tem alguma mania culinária né? Bem, quando se está viajando não dá pra
levar isso em consideração. Geralmente você só come quando dá tempo... não
adianta não querer tomar o café da manhã e depois ficar emburrado porque o
almoço vai demorar. Tome o café, coma alguma coisa que dê para aguentar até a
próxima refeição. Também não dá pra ficar escolhendo muito, então se não gosta
da comida local, tente comprar algum industrializado no mercado para suprir a
fome e tente (ao menos tente) não reclamar. Dependendo do lugar que você estiver, evite comidas
de rua por mais que esteja com fome, dê preferência para restaurantes ou mercados.
Visite
as feiras e os mercados ou o mercadão municipal local,
olhe as bancas, as barracas, sempre vai ter algo muito diferente pra ver, seja
uma fruta exótica, um produto novo para cozinha, uma caixa de chocolate
diferente, marcas desconhecidas para nós. Esses locais mostram muito da cultura
local, você vai ficar surpreso com o tanto de coisas que podemos aprender em um
simples mercado!
A
cultura alimentar é algo muito forte nas pessoas, desde criancinha; alimentos
que para nós brasileiros são intragáveis, para os orientais, ou mesmo para
europeus fazem parte do cardápio.Pra ser sincera, viajando por aí, vemos como nós brasileiros, pelo menos nós paulistas, somos restritivos em relação à alimentação.
Não precisa comer carne de cavalo na Itália ou escorpião na China se não quiser ou chapolins no México, mas não critique, não esnobe nem faça cara de nojo; caso alguém ofereça, recuse com educação; com certeza nós também temos algum hábito alimentar que é estranho para os estrangeiros.
Não precisa comer carne de cavalo na Itália ou escorpião na China se não quiser ou chapolins no México, mas não critique, não esnobe nem faça cara de nojo; caso alguém ofereça, recuse com educação; com certeza nós também temos algum hábito alimentar que é estranho para os estrangeiros.
Viajar é ter
experiências novas todos os dias...
Não
tem erro, mesmo que você esteja numa cidade brasileira, você vai aprender algo
diferente todos os dias, seja da cultura alimentar, da cultura local, do
transporte público, do jeito de falar e agir das pessoas, nos mercados e lojas,
tudo é um pouco (ou totalmente) diferente do seu lugar. Até os animais nos
parques urbanos são diferentes, basta observar com atenção.
Não
adianta falar que Nova York e São Paulo são cidades grandes e por isso você não
vai ver nada novo. Esquece! Andar de metro em São Paulo, Nova York, Cidade do
México ou Roma são experiências únicas e diferentes, seja no tipo do trem, na
catraca, na forma de comprar os bilhetes; caminhar pelas ruas, observar a
paisagem, conversar com as pessoas, tudo isso são experiências que ficarão na
memória para sempre. Esteja atento a tudo, aos detalhes, às falas...
Viajar é sair da
rotina...
Todos
os dias você levanta cedo, toma banho, café da manhã, enfrenta o trânsito ou
pega o coletivo lotado, trabalha, vai para casa... bem, quase todo dia pelo
mesmo vivemos uma rotina. Eu até que gosto da minha, não tenho problemas em
relação a isso, mas, quando saio de férias ou num feriado prolongado, eu quero
muito mudar essa rotina.
Um
quarto de hotel, café da manhã diferente, não ter horas para nada, não ter que
lavar, arrumar as camas, cozinhar... é uma delícia!
Tudo isso é muito
caro!!!!!
Calma,
se você souber pesquisar, não tiver problemas com ambiente, com a falta de conforto,
você pode conhecer o mundo sem gastar uma fortuna. Leia sites, blogs, consulte
os hostels, verifique sempre as ofertas de passagens aéreas, aproveite os
pontos do cartão de crédito; gosta de acampar? compre uma barraca...
Eu tenho que confessar que não ficaria em hostels e nem gosto de acampar, mas mesmo assim,conseguimos viajar pelo menos duas vezes por ano.
Eu tenho que confessar que não ficaria em hostels e nem gosto de acampar, mas mesmo assim,conseguimos viajar pelo menos duas vezes por ano.
Se
não der para viajar todos os anos, viaje
a cada dois anos, mas viaje! não fique deixando para quando aposentar ou ganhar
na loteria, ou para quando os filhos estiverem crescido! Leve as crianças, você
vai ver quantas famílias estão por aí curtindo a vida.
Não
interessa o motivo, se tiver vontade, vá. Não perca a oportunidade, não deixe
passar a vida sem conhecer o mundo, sem conhecer novos rumos, novas culturas,
algumas das 7 bilhões de pessoas que compartilham esse planeta com você.
Como
esse blog diz, não importa o lugar, O que
importa é viajar!
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